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Moita Flores com relato surpreendente após enfarte: “Deixo-vos um abraço”

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Francisco Moita Flores viveu um susto enorme, no domingo, 11 de setembro, quando estava na Feira do Livro, em Lisboa. O escritor e antigo inspetor da Polícia Judiciária (PJ) sofreu um ataque cardíaco e continua a recuperar, internado no hospital.

Apesar da condição mais fragilizada da sua saúde, deixou um poderoso testemunho e acredita ter estado muito perto da morte, mas que a conseguiu fintar, mesmo no último momento. O escritor, de 69 anos, teve que fazer uma intervenção complexa no hospital de Santa Marta, e continua o seu processo de recuperação, duas semanas depois do ataque.

“Não costumo usar o espaço que é posto à minha disposição para falar de assuntos comuns a todos e aproveitá-lo em meu benefício. Pensei antes de o fazer e decidi escrever-vos. Têm sido tantas as mensagens, tantas manifestações de carinho, de votos de boas melhoras, que seria injusto da minha parte ficar indiferente ao testemunho de afeto dos meus leitores. Quero agradecer-vos a solidariedade e tenho por certo que foi o vosso esforço coletivo que contribuiu para que regressasse de um estado muito grave de saúde para presença entre vós.

O enfarte do miocárdio é traiçoeiro, embora não seja injusto. É o cartão negro da morte, embora se possa transformar num caminho de luz de regresso à vida. Passei por todos estes estados esta semana. Estive junto à morte. Vi regressar o sol. Percebi que o enfarte não é assim tão traiçoeiro. Sendo mau, é a tradução de muitas coisas boas: o prazer do petisco, do cigarro num conjunto de prazeres que sabem bem mas no longo prazo fazem muito mal.

Continuo internado sem ainda saber do meu regresso à vida ativa, mas, desde já, meu caro leitor, deixe-me que partilhe consigo a lição que o enfarte me ensinou: goze os prazeres que a vida nos dá, mas imponha os limites. Não faça do cigarro uma religião. Nem do álcool. Nem da boa mesa. Goze com regras a sua vida. Pode ser feliz sem excessos, que eu, neste momento, sem excessos, estou a esforçar-me para regressar à vida e dar um pontapé na ameaça de morte que o enfarte enceta. Portanto, deixo-vos um abraço de gratidão. Até para semana”, escreveu Francisco Moita Flores, preparado para aproveitar ao máximo a sua nova oportunidade.