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Carta aberta de um educador infância que todos deviam ler sobre as crianças e o outono

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No dia em que começa o outono, uma carta aberta no Facebook está a tornar-se viral. A carta foi escrita pelo educador de infância Fábio Gonçalves, mas pode ser lida na página Apontamentos sobre Educação e Infância.

Uma carta que é uma verdadeira lição sobre como as crianças deveriam percecionar esta mudança de estação, não com os desenhos e brincadeiras de sempre, mas antes com uma vivência direta, que não pode acontecer apenas dentro da sala de aula, mas durante todo o dia, em casa, na rua.

No fundo, há um convite a pais e educadores de infância para que ensinem aos mais pequenos sobre o outono, mostrando-lhes que está mais frio, que os dias estão mais pequenos, ajudando-os a viver o outono e a experimentarem esta nova estação do ano.

Fique com a carta aberta que está a tornar-se viral no Facebook:

“Está a chegar o outono!

É importante assinalar junto das crianças a mudança da estação do ano. É conhecimento do mundo!

Mas faz sentido fazermos disto uma comemoração e continuarmos a decorar as salas ao sabor das estações do ano? Fará sentido a comemoração da mudança de estação com, por exemplo, 25 desenhos de folhas pintadas da mesma cor?

Mais do que comemorar a mudança da estação, é fundamental que as crianças tenham oportunidade para sentir a mudança de estação. E isso não se faz apenas num dia destinado para esse efeito.

É importante assinalar a data, mas a perceção real acontece ao longo do tempo, naturalmente, na vivência dos dias, quando lhes damos oportunidade para isso.

A vivência do outono faz-se quando as crianças vão para o exterior de t-shirt, sentem frio e têm de regressar para vestir a camisola. E ao fim de algum tempo… já não é suficiente a camisola e precisam de um casaco.

Quando deixam de usar calções.

Faz-se quando as crianças se apercebem que há folhas no chão. E que com o passar do tempo, há cada vez mais folhas no chão e menos nas árvores.

Quando as crianças se apercebem que os dias estão mais curtos e as noites mais longas. Quando anoitece e ainda estão na escola. Ou quando já é noite e ainda não é hora de jantar.

Faz-se quando já não podem ir tantas vezes aos parques brincar.
Que para dormir, um cobertor já as aconchega melhor.

São estas oportunidades de aprendizagem do dia-a-dia que enriquecem as crianças e lhes permite saberem mais sobre o outono.

Não tenho dúvidas de que a vivência dos dias traga temas de pesquisa riquíssimos sobre o outono, que não é nada mais nada menos do que a vida que a criança vive no seu dia-a-dia.

Temos apenas que estar disponíveis para as ouvir, sem complicar. E dar-lhes tempo para vivenciarem o outono.

Um Educador de Infância,
Fábio Gonçalves”.