Início Nacional DGS assume erros na Formula 1 em Portugal e deixa aviso

DGS assume erros na Formula 1 em Portugal e deixa aviso

746
0

No dia em que se voltam a registar muitos casos (2447 novos infetados) e mais 29 óbitos pela Covid-19, a diretora geral da Saúde admitiu que nem tudo correu bem, no Grande Prémio de Formula 1, realizado este fim-de-semana, no autódromo de Portimão.

Quando os números de casos continuam a disparar, um pouco por toda a Europa, muitas pessoas apontaram o dedo à realização de um Grande Prémio de Formula 1, que como se viu pelas imagens, causou um grande aglomerado de pessoas. Mais de 27 mil tiveram acesso ao evento, num autódromo com capacidade para 100 mil pessoas, e percebeu-se que as regras de distanciamento social nem sempre foram cumpridas.

No entanto, Graça Freitas deu algumas explicações. “O Algarve tem sido uma região pouco afetada pela covid-19 – no boletim desta segunda-feira apresenta 27 novos casos – uma região com menos incidência e com menor RT (risco de transmissibilidade)”, explicou a diretora geral de Saúde, antes de falar concretamente sobre o autódromo: “tem acesso fácil e, com segurança, às bancadas do público e as bancadas têm regras, estão divididas por setores, com número limitado de pessoas, além de se tratar de um evento ao ar livre, o que é bom em termos de transmissibilidade”.

Apesar disso, Graça Freitas sabe que algumas coisas não correram bem. “Nos dias dos treinos, duas bancadas não cumpriam as regras. E o que se fez no dia da prova? Transferiram-se as pessoas das bancadas mais problemáticas para outro setor.

Em alguns setores respeitaram o que a DGS recomendou. Mas houve alguma discrepância entre as recomendações e a capacidade de organizar bem todas as bancadas e a capacidade de fiscalizar.

Visualizei já de muitos ângulos e de muitas formas a distribuição do público e na maior parte das bancadas o público estava com a distância necessária e usava máscara”, acrescentou. “Se um banco tem um autocolante a dizer ‘não se sente aqui’ era bom que não se sentassem ali. Há aqui uma corresponsabilidade que é nossa, que é de todos nós”, continuou Graça Freitas.

No entanto, a diretora não exclui a possibilidade que um evento deste tipo se repita tão cedo: “Lições para o futuro: ou temos de restringir muito os eventos ou ter menos gente, a ter mais controlo sobre os imponderáveis, das pessoas, sobretudo”.

Durante a conferência de imprensa, Graça Freitas aproveitou ainda para anunciar que a partir de dia 9 de novembro, entram em vigor os testes rápidos para deteção de infeções, em surtos em escolas, lares ou outras instituições. Os testes serão feitas em pessoas sintomáticas nos primeiros cinco dias de sintomas; pessoas sem sintomas mas num contexto de surto e no rastreio regular de profissionais de saúde.