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Cartazes sobre caso Marquês colocados junto à casa de Sócrates. “A decência não prescreve”

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Tudo aconteceu ontem, quando um grupo de cidadãos colocou vários cartazes com mensagens a arrasar o antigo primeiro-ministro, José Sócrates. Em causa está a decisão do juiz Ivo Rosa na fase instrutória da Operação Marquês.

Os cartazes foram colocados junto à luxuosa casa de José Sócrates na Ericeira, concelho de Mafra. Uma das mensagens mais marcantes é: “A decência não prescreve”, numa clara alusão aos crimes de corrupção que Ivo Rosa considerou que haviam prescrito.

Segundo o jornal Correio da Manhã, os responsáveis pela colocação dos cartazes eram membros da Juventude Popular (JP). O movimento partidário esclareceu: “Foi ainda deixado no correio de José Sócrates um documento com um conjunto de medidas reclamadas pelos jovens democratas-cristãos, como o aumento do prazo de prescrição dos crimes de corrupção para 20 anos, maior investimento em meios de combate à corrupção ou a proibição de exercício de função de titular de cargo político a quem cometer crimes de corrupção, ocultação de riqueza ou património”.

Quem não gostou da situação criada em redor da sua casa foi a atual namorada do antigo primeiro-ministro, Lígia Correia, que filmou tudo e chamou a Guarda Nacional Republicana. No entanto, os cartazes continuaram afixados nós mesmos locais. Isto no dia em que José Sócrates deu uma grande entrevista à TVI.

“Na fase de instrução não se declara isto ou aquilo, o que se faz é definir se há ou não indícios para levar alguém a tribunal. O crime que me tem sido apontado, o de corrupção sem ato, deixou de existir no código penal — tendo sido substituído pelo de recebimento de vantagem indevida — e tal crime não consta da acusação até porque ainda por cima está prescrito. Esse crime nunca me foi apresentado em sete anos”.

“É uma acusação absolutamente falsa e injusta para comigo e para o engenheiro Carlos Santos Silva. A sentença, na minha interpretação, indicou que ao longo dos seis anos de mandato [como primeiro-ministro], nunca houve um comportamento concreto contrário aos deveres do cargo”.

Foto: Duarte Roriz